Em meio às várias belezas arquitetônicas que a Praça Coronel Pedro Osório nos proporciona, temos o majestoso Grande Hotel, conhecido como GH.

Situado na Praça Coronel Pedro Osório (antiga Praça da República), na década de 1920, período de grande instabilidade econômica no Brasil e no mundo.

Época dos bons costumes, época de pessoas bem vestidas, época do verdadeiro respeito.

O Brasil tinha a moeda circulante denominada de "réis", e o Presidente da República Federativa do Brasil era o então Sr. Artur Bernardes (1922 a 1926). Foi então que em 1922, quando o então intendente da cidade, o Sr. Pedro Luis Osório, lançou a ideia de construir o hotel em um terreno doado pelo Dr. Fernando Luiz Osório. Nesse mesmo terreno, funcionava o cinema "Politeama".

A pedra fundamental do imponente Grande Hotel foi lançada em 1925, e o prédio foi inaugurado em 18 de abril de 1928.
O projeto desse magnífico prédio se deu através de concurso, cujo vencedor foi o Sr. Theófilo Borges de Barros, construído pelo engenheiro civil T. H. Borges de Barros, em um projeto que mescla diferentes estilos arquitetônicos: neoclássico e Art Nouveau. Contêm quatro pavimentos, setenta e seis quartos, e seis suítes, além de um salão de chá, um enorme hall de entrada e um belíssimo restaurante. No segundo pavimento, balcões sustentados por "cachorros" ornamentados com volutas dividem a volumetria, com alto embasamento que aumenta a imponência da construção. As fachadas são divididas verticalmente em três corpos distintos, originando pavilhões laterais salientes, arrematados com frontões sobrepostos às platibandas, com brasões do hotel ornados por guirlandas de rosas.

Viajantes ilustres que se hospedaram no Grande Hotel em seus tempos áureos. O local era exemplo de luxo, conforto e bom gosto! Digno de ser comparado aos hotéis europeus.

Ficou famoso em toda a América Latina pelos seus bailes e festas de gala. A cúpula e a claraboia foram importadas da França e são de bronze fundido. Na cúpula há um quarto, uma área e uma grande caixa d'água.

Personalidades importantes passaram pelo Grande Hotel, como o presidente da república Getúlio Dornelles Vargas, Oswaldo Aranha, Flores da Cunha, Hugo Del Carril, Berilo Neves, Nicolau Fico, entre tantos outros.

Devido à sua elegância e estilo, o Grande Hotel mereceu a seguinte observação do escritor e historiador Berilo Neves, que escreveu: "Pompas e Coxilhas": o Grande Hotel de Pelotas é um dos poucos "Grandes Hotéis" do mundo que justificam o seu nome.

Por muitos anos, o Grande Hotel foi o principal hotel da cidade e da região, sendo considerado o salão de festas da cidade. Lá costumavam ser oferecidos banquetes, homenageando grandes vultos nacionais, e bailes de carnaval. Um jantar no Grande Hotel era considerado o que de mais elegante e sofisticado havia na época.

Com certeza, a "Princesa do Sul" tem um enorme, ou poderíamos dizer, "Grande" orgulho do nosso querido e estimado Grande Hotel, um hotel cheio de histórias e lembranças. Lembranças essas que estão eternizadas para sempre em nossas memórias.
Atualmente, o Curso de Tecnologia em Hotelaria da Universidade Federal de Pelotas encontra-se, entre outros locais, nas dependências do prédio do antigo Anglo, onde existem vários cursos de Graduação sediados pela UFPel. O Prédio do Grande Hotel está passando por reformas, as quais vão beneficiar a todos futuramente, pois abrigará o Tradicional Curso de Tecnologia em Hotelaria no andar superior, e os demais cômodos serão voltados para a Hospedaria, como era antigamente em seus tempos gloriosos.

Gentil Francisco Siqueira
Embaixador da Cultura Pelotense